domingo, 25 de março de 2012

A Anunciação nos dias de hoje



De 25 de Março a 25 de Dezembro vão nove meses, os meses de gestação de Jesus, no seio da Virgem Maria. Por Maria se acolhe a salvação, cumprem-se as escrituras da vinda do Messias. Eis que o Anjo Gabriel anuncia os desígnios de Deus a Maria. A resposta de Maria "faça-se", "eis a serva do Senhor" mostra a generosidade e aceitação à vontade de Deus. Surge a nova Aliança! A redenção do mundo assegurou-se.
Para olhar a ação de Deus nos nossos dias e nas nossas vidas, preciso recorrer ao fato narrado por São Lucas no capitulo primeiro do seu evangelho, a partir do versículo 26: a anunciação do anjo a Virgem Maria. Um fato que podemos olhar de vários ângulos para entendermos a ação de Deus e a ela darmos uma resposta.
O fato: Deus mais uma vez desce do lugar de sua habitação e vem na direção do ser humano e quer o resgate deste ser por meio da adesão aos planos de Deus aqui feitos pelo sim de Maria. E Deus é justo, Ele visita, faz habitação, morada nos corações dos que crêem e dos que também duvidam ou vacilam.
Maria recebe a visita do anjo Gabriel (Deus é forte). Assim como seis meses antes, Zacarias havia recebido a visita de Gabriel. Um convite, uma festa, uma proposta o anjo faz a virgem.
Trata-se de um evento "humilde e discreto", "mas, ao mesmo tempo, decisivo para a história da humanidade". Naquele sim da Virgem ao anúncio do Anjo, começa a nova era da história selada depois na Páscoa como "nova e eterna Aliança” (Bento XVI), Efetivamente, é a alegria de um Anúncio que muda a humanidade para sempre: "Por si significa 'alegrai-vos'. Somente com esse diálogo do Anjo com Maria começa realmente o Novo Testamento. Assim podemos dizer que a primeira palavra do Novo Testamento é 'alegrai-vos', é 'alegria'.”  O Anjo convida Maria a "não temer" e ela confia completamente no Senhor – recorda o papa: "Maria disse sim à vontade, aparentemente muito grande, para uma pessoa. Comumente preferimos a nossa vontade a esse sim que se mostra por vezes tão difícil."
Maria torna-se desse modo um exemplo para todos nós. Mostra-nos a alegria que nasce do fazer a vontade do Pai: "Parece inicialmente como um peso quase insuportável, um jugo que não pode ser carregado, mas na realidade a vontade de Deus não é um peso. A vontade de Deus nos dá asas para voar para o alto."
Deus, neste momento quis precisar da colaboração do ser humano por meio do sim da Virgem Maria. Maria acolheu a Palavra, o Verbo. Abriu-se a ação Deus por meio do Espírito Santo e começa a servir, primeiro ao próprio Deus, fazendo-se serva do Senhor, e depois aqueles que precisavam sentir a presença de Deus através das ações dos seres humanos e Maria vai servir as pressas a sua prima, Izabel, que aqui representa todo o ser humano carente da ajuda de todos nós.
No anúncio ao saber do anjo que “para Deus nada é impossível”, Maria se coloca sem reservas nas mãos, na condução e serviço de Deus. É só desta maneira que o anjo se retira, a missão de Deus fora cumprida o ser humano é mais parceiro ainda na obra da construção do Reino de Deus.
Nos nossos dias, Deus, continua a contar com nossa adesão ao seu plano de salvação. Maria, como Mãe, nos apresenta diante Deus como filhos (as) necessitados (as) da presença de Deus em nós.
E o Senhor vem! Na eucaristia, na Palavra, nos seus anjos mensageiros, nos santos que nos rodeiam, para que a exemplo da virgem saibamos enxergar a ação e presença de Deus nas nossas vidas, acabar com o medo e abrir-se por completo a habitação de Deus nos nossos corações e cheios de graça pela presença do Espírito de Deus, possamos servir a exemplo de nossa Mãe Maria, modelo de acolhida Deus, primeira anunciadora, evangelizadora, catequista, área da Boa Nova, sacrário do Verbo Encarnado. A anunciação, hoje, acontece quando acolho e enxergo Deus presente, quando comunico através do agir e serviço, como resposta da escolha de Deus por cada uma de nós como instrumentos de anunciação hoje, pois afinal, somos filhas do Deus do impossível.
E Maria disse “SIM”:
O ‘sim da salvação’ na anunciação do anjo, o ‘sim da caridade’ na visita à prima Isabel, o ‘sim da vida’ no nascimento do Filho, o ‘sim da obediência à tradição’ na apresentação do Menino no Templo, o ‘sim do Plano de Deus’ na fuga para o Egito, o ‘sim à família’ na perda e encontro do Filho, o ‘sim da humildade’ ao saber que Jesus disse “minha mãe e meus irmãos são os que fazem a vontade do meu Pai”, o ‘sim da intercessão’ quando pediu vinho ao Filho nas Bodas de Cana, o ‘sim do silêncio’ quando acompanhou Jesus caminhando para o Monte Calvário, o ‘sim de Mãe da Humanidade’ ao acolher aos pés da cruz a vontade de Deus: “Mulher eis aí teu filho”, o ‘sim da felicidade’ ao saber da ressurreição, e o ‘sim de Mãe da Igreja’ em Pentecostes.

O sim de Maria é "o reflexo perfeito do próprio sim de Cristo quando entrou no mundo"
"A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e assim, mediante o encontro desses dois 'sim', Deus pôde assumir uma feição de homem. Eis o motivo pelo qual a Anunciação é também uma festa cristológica, porque celebra um mistério central de Cristo: a sua Encarnação.

"Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a vossa Palavra", responde Maria no Ângelus. E o fruto daquela resposta está presente na vida da Igreja e penso que também na vida das Irmãs Servas de Nossa Senhora da Anunciação:

 A resposta de Maria ao Anjo se prolonga na Igreja, e em nossa Congregação chamada a tornar Cristo presente na história, oferecendo a sua disponibilidade para que Deus possa continuar visitando a humanidade com a sua misericórdia." Em todas as necessidades da Igreja hoje.

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