sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rezando com os discípulos de emaús


 “Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado."

Reflexão:
Discursos internos habitam em nós. Passamos e repassamos vivências: dores, alegrias, rostos, pessoas. Momentos significativos numa memória agradecida ou dolorida. Alguns trazem esperança, outros a minam. À medida que caminhamos, o que mais frequentemente falamos? E o que falamos entre nós?

"Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram."
Reflexão:
Ele se faz presente entre nós. Caminha conosco. Mesmo acostumados com sua presença, nossos olhos estão por vezes fechados. O que venda nossos olhos?
"Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?"
Reflexão:
O que entristece o seu coração? Reconheço que trago alguma tristeza em mim?
"Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram."
Reflexão:
Num mundo onde a palavra está carregada de desconfiança e não tem a marca da verdade, custa-nos, como outrora aos discípulos, crer na palavra do outro. E nem sempre a palavra é a expressão dos nossos sentimentos mais profundos. E a comunicação torna-se truncada, senão impedida de ser realizada, pois não tem a confiança de ser recebida pelo outro desde o coração. O que não se torna palavra acaba por manifestar-se como sintoma. Jesus os conduz a falar da causa de sua tristeza. Você costuma falar sobre o que entristece o seu coração? Faz isso em oração? Confronta suas dores com alguém com quem tem liberdade de abrir-se, sem medo de ser julgado? "Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles."
Reflexão:
Para você o que é esse "declinar do dia"? Eles não sabiam que era Jesus quem caminhava ao lado deles. Por vezes, pessoas também caminham conosco, mas quando chega a hora de entrar em “nossa casa”, nós às deixamos passar adiante ou lhes fechamos a porta. Repita, desde o seu coração, ao coração do Mestre, a palavra dita pelos discípulos de Emaús.
"Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho."
Reflexão:
Diariamente ele está partindo para nós o pão e partilhando de seu cálice. Hoje à mesa, partilhamos também do cálice de nossa convivência em comunidade. Tome a decisão de partilhar um pouco do que você tem com alguém. Pode até ser algo material, mas que seja feito com o coração; dê um pouco de você junto com aquilo que você for partilhar. Partilhe uma vivência, uma alegria. Faça-o com simplicidade, mas faça-o, como fruto desta meditação.
"Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu.
Reflexão:
Quando nossos olhos se abrem tudo se faz claro. As coisas tornam-se transparentes e luminosas. Tudo adquire sentido. E os olhos não se abrem uma só vez na vida. Você se lembra de algum momento em que sentiu que seus olhos também se abriram? (medite sobre isso e, se possível, até escreva. Isso ajuda a fazer memória do caminho percorrido)
“ Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? "
Reflexão:
Há certamente trechos das Escrituras que nos aqueceram o coração em algum momento de nossa jornada ou que se prolongam ao longo do caminho. Qual deles você ainda traz à memória, anote-o.“ Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. “Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.”
Reflexão:
Alegre-mo-nos pelo dom da Eucaristia e Prepare-mo-nos para ela.

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