sexta-feira, 30 de novembro de 2012

REZEMOS PELAS VOCAÇÕES



TERÇO VOCACIONAL


1º Mistério: O chamamento e envio dos discípulos – Mc 3,13-14:
 “Jesus subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele. Estabeleceu doze para estarem com Ele e para enviá-los a pregar, com o poder de expulsar demônios.”.
- A iniciativa da vocação vem de Deus. É Ele quem convoca à missão enquanto disposição de «saber estar» com Jesus e partir a anunciar a Boa Nova do Reino. Da parte de cada um, urge uma resposta generosa. Por isso, te pedimos, ó Rainha dos Apóstolos, que ajudes todos os jovens a encontrar o seu caminho e a dizer “sim” a Deus.
2º Mistério: A vocação de Levi – Mc 2, 13-14:
“Jesus saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Ele ensinava-os. Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: “Segue-me.” E, levantando-se, ele seguiu Jesus.”
- A prontidão da resposta de Levi manifesta como foi grande o impacto causado pela passagem de Jesus. Hoje necessitamos de gente que se deixe impressionar e esteja disponível ao dom de Deus, disposta a arriscar tudo pelo Evangelho. Por isso, te rogamos, ó Mãe de Jesus, que animeis os jovens a escolherem o desafio da consagração religiosa e missionária.
3º Mistério: O chamamento do jovem rico – MT 19, 16.21:
 “Aproximou-se dele um jovem e disse-lhe: “Mestre, que hei de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?”Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.” Ao ouvir isto, o jovem retirou-se contristado, porque possuía muitos bens.”.
- O desafio da entrega total é exigente. Tudo começa pelo desprendimento dos bens e de si mesmo para ser todo para Jesus. Por isso, te intercedemos, ó Virgem de Nazaré, que faças dos jovens de hoje pessoas corajosas e destemidas para procurar a verdade que os liberta e os torna felizes.
4º Mistério: A conversão de Paulo – At. 9, 3-6:
Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” Ele perguntou: “Quem és Tu, Senhor?” Respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.!
- Fazer uma opção de vida implica deixar-se iluminar e deixar cair as seguranças pessoais que nos agarram a nós mesmos e aos nossos costumes, para seguir por um novo caminho de vida e fé. Por isso, te pedimos, ó Rainha das Missões, que inculques no coração de cada jovem aquela sensibilidade para as coisas de teu filho Jesus Cristo, para que cada um eleve a sua vida a Deus com um “sim” quotidiano.
5º Mistério: O SIM de Maria – Lc 1, 26-28.30-31.38:
Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”. Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Maria disse, então: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.
- O exemplo confiante de uns fortalece a decisão vocacional de outros. É assim com Maria e com muitos consagrados e missionários ao longo da história. Hoje continuamos a precisar destes exemplos vivos e contagiantes. Por isso, te rogamos, ó Mestra de Vida, que ensineis os jovens a pronunciar o “SIM” que dá significado à existência e faz descobrir o “NOME” escondido de Deus no coração de cada pessoa.
 

Rezando com os discípulos de emaús


 “Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado."

Reflexão:
Discursos internos habitam em nós. Passamos e repassamos vivências: dores, alegrias, rostos, pessoas. Momentos significativos numa memória agradecida ou dolorida. Alguns trazem esperança, outros a minam. À medida que caminhamos, o que mais frequentemente falamos? E o que falamos entre nós?

"Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram."
Reflexão:
Ele se faz presente entre nós. Caminha conosco. Mesmo acostumados com sua presença, nossos olhos estão por vezes fechados. O que venda nossos olhos?
"Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?"
Reflexão:
O que entristece o seu coração? Reconheço que trago alguma tristeza em mim?
"Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram."
Reflexão:
Num mundo onde a palavra está carregada de desconfiança e não tem a marca da verdade, custa-nos, como outrora aos discípulos, crer na palavra do outro. E nem sempre a palavra é a expressão dos nossos sentimentos mais profundos. E a comunicação torna-se truncada, senão impedida de ser realizada, pois não tem a confiança de ser recebida pelo outro desde o coração. O que não se torna palavra acaba por manifestar-se como sintoma. Jesus os conduz a falar da causa de sua tristeza. Você costuma falar sobre o que entristece o seu coração? Faz isso em oração? Confronta suas dores com alguém com quem tem liberdade de abrir-se, sem medo de ser julgado? "Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles."
Reflexão:
Para você o que é esse "declinar do dia"? Eles não sabiam que era Jesus quem caminhava ao lado deles. Por vezes, pessoas também caminham conosco, mas quando chega a hora de entrar em “nossa casa”, nós às deixamos passar adiante ou lhes fechamos a porta. Repita, desde o seu coração, ao coração do Mestre, a palavra dita pelos discípulos de Emaús.
"Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho."
Reflexão:
Diariamente ele está partindo para nós o pão e partilhando de seu cálice. Hoje à mesa, partilhamos também do cálice de nossa convivência em comunidade. Tome a decisão de partilhar um pouco do que você tem com alguém. Pode até ser algo material, mas que seja feito com o coração; dê um pouco de você junto com aquilo que você for partilhar. Partilhe uma vivência, uma alegria. Faça-o com simplicidade, mas faça-o, como fruto desta meditação.
"Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu.
Reflexão:
Quando nossos olhos se abrem tudo se faz claro. As coisas tornam-se transparentes e luminosas. Tudo adquire sentido. E os olhos não se abrem uma só vez na vida. Você se lembra de algum momento em que sentiu que seus olhos também se abriram? (medite sobre isso e, se possível, até escreva. Isso ajuda a fazer memória do caminho percorrido)
“ Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? "
Reflexão:
Há certamente trechos das Escrituras que nos aqueceram o coração em algum momento de nossa jornada ou que se prolongam ao longo do caminho. Qual deles você ainda traz à memória, anote-o.“ Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. “Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.”
Reflexão:
Alegre-mo-nos pelo dom da Eucaristia e Prepare-mo-nos para ela.

FAZENDO PENSAR!!!!



Os profetas e as profetisas são pessoas antipáticas

José Lisboa Moreira de Oliveira*

As ciências da religião nos mostram que nas culturas de todos os tempos sempre existiram os chamados grupos liminares. Estes grupos são formados por uma minoria de pessoas que, em alguns casos e ocasiões, chega até a ser reduzida a um indivíduo solitário (1Rs 19,10). Os grupos liminares se colocam no limiar, ou seja, na fronteira entre o real e o ideal. Costumam provocar as culturas, os grupos humanos, as sociedades e as comunidades. Eles, normalmente, chamam a atenção para a necessidade de fidelidade a valores que são pilares das sociedades. Por isso denunciam com veemência os desmandos, a corrupção e o afastamento das comunidades dos seus valores fundamentais. De um modo geral acusam as autoridades e lideranças, inclusive religiosas, responsabilizando-as pelo caos existente.
No judaísmo, no cristianismo e no islamismo esta função foi e ainda é exercida de modo particular pelos profetas e pelas profetisas. São eles e elas que se colocam nas fronteiras e esbravejam contra todas as formas de corrupção dos sistemas políticos e religiosos. Enfrentam as autoridades e apontam seus erros e suas mazelas. Por essa razão os profetas e as profetisas são pessoas antipáticas. Ninguém gosta delas, especialmente aqueles e aquelas que estão no poder. De um modo geral os profetas e as profetisas são perseguidos, caluniados, maltratados, banidos e até mesmo assassinados. São vistos como pessimistas e vaticinadores de desgraças, gente que só enxerga o que não está dando certo, incapazes de ver “as coisas boas”.
No judaísmo o representante clássico deste modelo de profeta é Miquéias, detestado pelo rei de Israel porque nunca profetizava coisas boas, mas somente desgraças (1Rs 22,1-40). Porque era sincero e mostrava a realidade nua e crua, o profeta foi insultado, maltratado e preso. Mas, além dele, se poderia dizer o mesmo de praticamente todos os outros profetas. Será suficiente citar alguns exemplos. Elias, que denuncia o conluio entre falsa religião e poder corrupto; que satiriza e ridiculariza os cantos e as danças religiosas histéricas (1Rs 18 – 19).  Isaías, chamado a profetizar dentro do templo, a provocar cegueira, surdez e o embotamento do coração até que as cidades sejam destruídas e os campos devastados (Is 6,8-12). Jeremias, convocado por Javé a postar-se na entrada do templo para denunciar a falsidade da religiosidade do povo (Jr 7,1-28). Amós, que denuncia, rugindo como um leão, a exploração dos pobres pelos ricos, a justiça corrupta, o lucro fruto do roubo e a conivência do sistema religioso com tudo isso. Todos eles sofreram calúnias, perseguição e represálias.
Se nos voltamos para o cristianismo, vemos que ele nasce do sangue derramado do profeta Jesus que se recusou terminantemente a compactuar com a corrupção e os desmandos do poder religioso e civil. Foi preso, torturado e assassinado. Em vinte séculos de história cristã a lista dos mártires, das profetisas e dos profetas assassinados é longa e abarca praticamente todos os períodos. De uma forma geral os profetas e as profetisas do cristianismo sofreram perseguição e até o martírio por parte daqueles e daquelas que pertenciam à própria Igreja.
Em nossa época os profetas e as profetizas escasseiam. São raridades e verdadeiras pérolas preciosas que, de vez em quando, surgem em algum canto da terra. Mas, logo que surgem, são vistos com antipatia, perseguidos, maltratados e até assassinados. A nossa época, a nossa sociedade, as atuais Igrejas, continuam não suportando vozes proféticas. Quando não são caladas para sempre, elas são abafadas. Aqui na América Latina e Caribe alguns desses profetas e profetisas, ainda vivos e resistentes, são ridicularizados e discriminados. Alguns recebem títulos “honoríficos” como “chorólogos” ou “viúvos e viúvas da Teologia da Libertação”. Grandes profetas, conhecidos internacionalmente, como, por exemplo, Irmã Dorothy, Padre Josimo, Dom Oscar Romero, Dom Hélder Câmara, o Cardeal Martini, José Comblin, Leonardo Boff, Gustavo Gutiérrez, José Antonio Pagola, André Torres Queiruga, são colocados no ostracismo pela oficialidade, desqualificados e até mesmo punidos por sua ousadia e coragem profética. Lembro que José Comblin foi tido, no final de sua vida, como o “gagá da libertação”. Escutei alguém dizendo que o Cardeal Martini, no final da vida, tinha se tornando um “demente” por causa do mal de Parkinson. Por isso passou a falar “bobagens”, como, por exemplo, a afirmação de que a Igreja Católica estaria atrasada em pelo menos 200 anos.
Nenhuma novidade.  O autêntico profeta não pode ser tratado de outra forma. Do contrário, seria um falso profeta: “Aí de vocês, se todos os elogiam, porque era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas” (Lc 6,26). Neste sentido, os profetas e profetisas de hoje, como aqueles e aquelas de ontem, se sentem bem à vontade quando são rotulados e discriminados pelos que compõem o sistema religioso e político injusto e corrupto. Não que gostem de sofrer. Não são e nem querem ser masoquistas. Porém, no momento em que, motivados pela fé e pela mística, decidem profetizar têm consciência de que o ódio, a calúnia e a perseguição serão companheiros inseparáveis de sua missão profética.
A Bíblia oferece critérios bem precisos para se distinguir o verdadeiro do falso profeta. O falso profeta está sempre a favor do sistema religioso e político. Ele é um árduo defensor dos dogmas, das autoridades religiosas e civis. É bajulador, subserviente, hipócrita, legalista e jamais se afasta dos cânones oficiais. Prediz sempre o sucesso e só fala de coisas boas. Porém, o verdadeiro profeta é autêntico, livre, independente, chama para a realidade e só se curva diante do projeto de Deus. Não tem medo de ser caluniado, perseguido, preso e ridicularizado (1Rs 22,13). O autêntico profeta não se incomoda de ser expulso da religião oficial e de ser tratado como herético e heterodoxo (Am 7,10-17). Ele sabe que tudo isso faz parte do seu ministério profético.
No momento atual os falsos profetas circulam livremente pela grande mídia, inclusive a mídia católica. As câmaras de TV, as páginas das grandes revistas, as colunas dos jornais e as editoras lhes dão sempre espaço. Quando morrem são incensados, exaltados e elevados à condição de heróis do povo. A grande mídia, ligada a grandes grupos econômicos e corruptos, não para de lhes fazer elogios. Tudo como sempre foi. Quanto ao verdadeiro profeta, ele não tem vez. É execrado ou completamente ignorado. Mas sabe-se que sua mensagem não será inútil, pois, mesmo morrendo, como a semente lançada na terra, produzirá frutos que revolucionarão o mundo (Jo 12,24-25). Por isso a vida e a voz dos profetas e das profetisas continuam a alimentar a esperança da humanidade.

[* Filósofo, teólogo, escritor, conferencista e professor universitário. Autor do livro Qual o significado da vocação e da missão, por Paulus Editora]

O PRÓXIMO NATAL!!!!




Para o próximo natal preciso trocar os sapatos.
Afinal, os que me foram presenteados no último natal já estão fora da moda.

Foram-me presenteados na noite de natal com tédio e falta de alegria.
Sapatos para o natal precisam ser novos e elegantes.

As vitrines dopadamente enfeitadas, dizem-nos:
Venham, corram, depressa, cheguem mais cedo, comprem, comprem e comprem.

Pena que as vitrines não digam também que se precisa nutrir o espírito, alimentar o coração, blindar a alma do materialismo sem vida e paixão.

No próximo natal, dizem-nos as vitrines, temos os mais reluzentes e fantásticos presentes.

Corram e venham... gritam todas as vitrines com luzes, letreiros e músicas tediosas;

Inda bem que os cristãos conheceram outra corrida.
Essa sim leva-nos ao SOL que ilumina sem parar!

Quem o possui não precisa dos natais comerciais.

Vamos ler e meditar Lucas 2,16